Resumo
o terapeuta procura,
num discurso que, de início,
não é o do seu cliente,
uma verdade
que nem ele nem o cliente
sabe qual é.
Depois da descoberta,
após longo trabalho,
depois de o cliente se apossar da sua voz,
nem o terapeuta
nem o cliente
saberão se essa era a verdade
que estavam procurando.
E os dois acreditam, agora,
que essa (nova?) verdade
faz parte de um projeto de vida
que sempre esteve aí,
a cada passo da terapia.
Mas eles nunca viram,
E se o cliente pensou que viu,
o terapeuta denunciou
que era uma ilusão.
Este é o trabalho.
(Fonte: Cancello, Luiz A. G. O fio das palavras: um estudo de psicoterapia existencial. São Paulo: Summus, 1991)