Porque fazer terapia
Este
post foi retirado do blog: "Desconstruindo
a mãe" e nos parece bem legal para se
exemplificar a importância de se fazer terapia. espero que gostem!
Já
comecei a fazer terapia algumas vezes. No início é uma coisa meio
esquisita, falar de coisas íntimas com alguém que não tem nada a
ver com qualquer coisa que tenha vivido, não conhece os detalhes
das minhas histórias nem os personagens, mas também alguém que
não deixará ser conhecido a não ser profissionalmente.
E
aí, já abandonei algumas vezes, como parte do meu eterno processo
de desejar estar no controle da situação. Daquela coisa
incontrolável de tentar fazer tudo certinho, de conseguir fazer
algo funcionar bem, de ser aprovada e também de me aprovar, de
conseguir superar as próprias expectativas.
Mas
pela primeira vez estou parando pra pensar no que é minha carga, no
que é cobrança dos outros ou o que eles pensam de mim e se isso
deve ser preocupação minha... Ok, tem coisas que qualquer um dos
bons amigos já deve ter dito e eu devo ter ouvido, mas não consgui
praticar.
Se
colocar como prioridade pra quem sempre colocou os outros à frente
de si mesma parece um crime, um pecado; é realmente complicado de
fazer. Mas não deve ser impossível, só que pode ser bastante
sofrido. Até porque a gente cresce internalizando que ser mãe é
padecer no paraíso... Olha que absurdo!
Ser
mãe tem suas demandas, batalhas, situações-limite, barreiras e
conflitos com certeza, mas não deveria ser sinônimo de sofrimento,
de abrir mão da própria felicidade, privacidade ou de viver coisas
bacanas.
Tem
gente que ama; tem pessoas que confundem amar com não querer ficar
sozinho, com medo ou proteger tanto os seres amados que chegam a
sufocar. Não quero estar entre os últimos. Mas sei que posso fazer
isso e me tornar autoritária.
Pensar
a respeito dos comportamentos que não são bacanas, que boicotam
relacionamentos, que são repetições do que aprendemos com
exemplos ou que temos porque é a forma que encontramos para nos
sentirmos aceitos...
Por
outro lado, temos coisas bacanas que nem percebemos, que
desvalorizamos ou banalizamos, que não conseguimos perceber e que
às vezes precisamos dizer para nós mesmos. E aí entra a terapia.
Pra que consigamos dizer pra nós mesmos, direcionados pela
competência de um especialista em sentimentos(!), aquilo que
estamos precisando urgentemente ouvir pra podermos crescer.
Tem
horas em que questiono tudo isso e tenho vontade de sair correndo,
porque é a minha prepotência dizendo que consigo dar conta de tudo
e de todos. Que abraçando o mundo eu me sinto melhor, uma pessoa
boa, um ser mais "humano".
Pensar
nas coisas da gente é egoísmo? - Acho que estou aprendendo aos
pouquinhos que não...
*A autora do
post nos autorizou colocá-lo aqui. Por isso retirei do meu antigo
blog (que não está mais no ar e postei no meu blog novo)
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