segunda-feira, 26 de julho de 2010

Quem vê capa não vê coração


Muitas vezes não lemos um livro ou outro porque fala de um determinado assunto que não nos interessa ou porque simplesmente não gostamos do autor. Eu muitas vezes sou assim.
Conheço uma pessoa que já me disse " não somos nós que escolhemos o livro, é o livro que nos escolhe". E já passei por situações assim, de estar fazendo nada em uma livraria, pasasndo, de cabeça torta, olhando os livros na prateleira e um livro ou outro me chamar a atençao. Eu então pego o livro, fuxico ele, mais ou menos como o livro "A arte de ler" nos ensina e levo pra casa!
Bingo! Os livros sempre são bons (pq já fiz com mais de um)!!
 Não é que aquele ser/livro me escolheu na hora certa e no momento certo! A leitura flui que é uma beleza...

Mas quando vc não escolhe o livro? O que fazer?
Penso que o melhor presente para se dar para uma pessoa é um livro.
Mas, é preciso ter muito cuidado quando fizer. Você tem que certificar de que a pessoa gosta de ler, que estilo a pessoa gosta e etc. Eu mesma já ganhei uns livros que "só Jesus!!" Não li mesmo!
Só que desta vez...
Ganhei um livro de um amigo muito querido, de uma autora que eu não conhecia e que na verdade eu nem tinha vontade de ler nada dela, porque não gosto muito de ler o que está na crista da onda.
Quando eu vi o livro pensei..."Caraca e agora, vou ter que ler senão pega mal". Então li!
Não é que o livro é MUITO bom!!! Eu amei....Li sem deixar muito de lado, com excessão das horas em que estava pilotando o fogão ou a vassoura, mas me dediquei a ele com afinco.

O livro é muito bom, tão próximo do nosso tempo e ao mesmo tempo nadando contra a maré, afinal a autora nos convida REALMENTE a uma reflexão do nosso lugar como existente no mundo e frente a nossas escolhas. Por muitas vezes parecia que estava acendendo uma luzinha dentro de mim...
Cheguei a pensar que se eu estivesse lendo e marcando o livro ele estaria todo pintadinho, rsrsrsrs...

Resumo, o livro é muito bom e vale a pena, e por isso vou colocar uns trechos que eu não quero esquecer.

Mas qual é o livro mesmo???
Está aí a dica:  LUFT, Lya. Múltipla escolha. Record, SP, 2010.

"Crianças não são imbecis, ainda que muitas vezes as tratemos como se fossem, nem são desprovidas de sentimentos, ainda que as deixemos assumir papéis de tiranetes. Nada justifica que os adultos não sejam tratados com atenção, respeito, cuidado, sim. "Eu também sou gente", disse uma mãe de quatro filhos de pequenos a adolescentes, tratada com grosseria.
Filhos como os pais tem um dever de amor: e isso deve lhes ser cobrado. Pois desde um idade razoável, mesmo na infância, sobretudo na adolescência, eles tem consciência de certo e errado, por mais negligentes que os adultos sejam na sua educação. Podem optar também sobre as suas atitudes. Podem decidir se são mais amorosos e gentis, ou entregar-se a qualquer impulso agressivo; são capazes de entender também que os adultos têm seus dias menos bons, seus dramas, suas necessidades.
Se isso lhes for aberto desde senpre, melhor. A não ser que a gente lhes feche a porta, crianças e jovens podem e conseguem se comover, observar, julgar e escolher." (p.90)

" "Pensar é trangredir" é o título de um artigo que mais tarde de nome a um de meus livros... A semântica do termo é mais ampla do que pensamos, e no caso queria dizer que pensar é transgredir a ordem do comodismo e da mediocridade. Ninguém de verdade educa, em casa ou na escola, sem ensinar algumas boas transgressões, nessa linha de escapar da manada e indagar, duvidar, questionar, não como rebeldia sem sentido, mas para abrir horizontes e mentes.
Um dos elementos mais importantes de uma educação realista é preparar para futuras escolhas vitais, seja de ordem pessoal, seja profissional, seja de postura política ou filosófica na vida. É tentar fazer do aluno um elemento menos amorfo... É ajudar o aluna a criar uma individualidade num universo de amálgamas, grupos, tribos..." (p.114-115)

"Lembrei então a frase de meu pai para alguém que o visitava quando eu era uma mocinha, e me foi relatada anos depois. Estendendo a mão para uma fileira de livros em suas paredes, meu pai apenas disse: "Estes são os meus amigos". (p.155)

"... a vida, em boa parte, são as nossas decisões. E se não podemos mudar os fatos, podemos administrar nosso jeito de lidar com eles." (p.172)

Pode ser que nem tudo, para alguns, faça algum sentido. Mas que nos ajuda a pensar.....não duvido!


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